REVOLTAS NO BRASIL
Colônia Revolta de Beckman (Maranhão) 1684
A Companhia do Comércio do Maranhão não estava agradando os colonos: eles traziam um número insuficiente de escravos e cobravam caro por eles. Também adulteravam preços e medidas e seus produtos eram de má qualidade. A população então, passou a se sentir roubada com isso e organizou essa revolta com o objetivo de acabar com a Companhia e expulsar os jesuítas da cidade, além de assumir o governo de São Luís.
Os objetivos propostos pela revolta foram cumpridos, mas quando o movimento tentou se estender para Belém, foi facilmente controlado pelas tropas reais, comandadas por Gomes de Freire de Andrada e fracassou. Tomás Beckman foi preso e seu irmão Manuel, condenado à morte. O Colégio dos Jesuítas e a Companhia do Comércio do Maranhão foram reabertos, mas aos poucos, este último devido a sua ineficiência, foi se extinguindo. Ou seja, a revolta não foi bem sucedida, mas pelo menos, a Companhia que tanto não satisfazia as necessidades da população acabou fechando devido à sua própria incapacidade.
Colônia Guerra dos Mascates (Pernambuco-Recife) 1710-1711
A Guerra dos Mascates foi um conflito entre Olinda e Recife. Na época, os senhores de engenho de Olinda, estavam em má situação econômica, pois as Antilhas holandesas haviam aberto concorrência com a produção açucareira do Nordeste. Assim, para cobrir suas despesas, esses senhores criaram uma dívida com os comerciantes de Recife, fazendo surgir uma rivalidade entre esses povoados. Olinda não pretendia acertar o que devia com os mascates, como haviam sido apelidados depreciativamente os recifenses. Esses últimos, lutavam por sua autonomia política, já que eram administrados por uma câmara de Olinda. Na verdade, essa luta pela autonomia de Recife tinha o interesse de executar as dívidas com os senhores de Olinda. Essa disputa de interesses, adquiriu ainda um caráter nativista, pois a aristocracia olindense era de origem pernambucana e os mascates de recife, imigrantes portugueses. No ano de 1770, a Coroa portuguesa apoiou os mascates elevando Recife à condição de vila independente de Olinda. Esse foi o estopim para o início do conflito.
Os senhores de engenho olindenses não concordaram com a independência dos mascates e invadiram Recife, destruindo o pelourinho (símbolo de autonomia recém-conquistada). Os mascates reagiram, e o conflito continuou. Depois, Portugal interveio, querendo conciliar os dois lados, mas mesmo assim, os mascates de Recife se beneficiaram, mantendo sua independência e tornando-se política e economicamente mais importantes do que Olinda.
Colônia Guerra dos Emboabas (Região de Minas Gerais) 1708-1709
Logo depois da descoberta do ouro, começaram os conflitos. Os paulistas, que haviam encontrado primeiro, achavam que tinham o direito exclusivo sobre elas. Mas os forasteiros (portugueses, baianos e pernambucanos) também tinham interesses nessa nova descoberta. Eles foram chamados de emboabas. Ou seja, o objetivo dos emboabas era conquistar as minas de ouro das Gerais.
Dado o início dos conflitos, os emboabas foram conquistando muitas vitórias, pois eram mais ricos. Os paulistas foram recuando até chegar perto de um rio, nas proximidades de São João Del Rei. Lá foram cercados pelos forasteiros e acabaram firmando um acordo de paz: os paulistas se rendiam e os emboabas lhes davam liberdade. Os paulistas, sem outra alternativa, se renderam, mas os emboabas, não cumpriram sua parte e mataram todos os inimigos, na região que viria a ser conhecida como Capão da Traição. Após os conflitos, a Coroa Portuguesa tentou pacificar a região, criando a Capitania de São Paulo e das Minas de Ouro e nomeando um novo governador. Já os paulistas, depois do episódio da Guerra dos Emboabas, abandonaram a região das Gerais e acabaram descobrindo novas jazidas em Goiás e Mato Grosso.
Colônia Revolta de Filipe dos Santos ou de Vila Rica (Região de Minas Gerais) 1720
Os donos das minas estavam sendo prejudicados com as novas medidas da Coroa para dificultar o contrabando do ouro em pó. A Coroa Portuguesa decidiu instalar quatro casas de fundição, onde todo ouro deveria ser fundido e transformado em barras, com o selo do Reino (nessa mesma ocasião era recolhido o imposto -de cada cinco barras, uma ficava para a Coroa portuguesa). Assim, só poderia ser comercializado o ouro em barras com o selo real, acabando com o contrabando paralelo do ouro em pó e conseqüentemente, com o lucro maior dos donos das minas. Então, esses últimos organizaram essa revolta para acabar com as casas de fundição, com os impostos e com o forte controle em cima do contrabando.
Os revoltosos realizaram uma marcha até a sede do governo da capitania em Mariana, e como o governador conde de Assumar não tinha como barrar a força dos donos das minas, ele prometeu que as casas de fundição não seriam instaladas e que o comércio local seria livre de impostos. Os rebeldes voltaram então para Vila Rica, de onde haviam saído. Aproveitando a trégua, o conde mandou prender os líderes do movimento, cujas casas foram incendiadas. Muitos deles foram deportados para Lisboa, mas Filipe do Santos foi condenado e executado. Assim, essa revolta não conseguiu cumprir seus objetivos e foi facilmente sufocada pelo governo.
Colônia Inconfidência mineira (região de Minas Gerais) 1789
Os inconfidentes querem a independência do Brasil e instaurar a República. Pretendem incentivar as manufaturas, proibidas desde 1785, e fundar uma universidade em Vila Rica, atual Ouro Preto. Integrado por membros da elite intelectual e econômica da região – fazendeiros e grandes comerciantes –, o movimento reflete as contradições desses segmentos: sua bandeira traz o lema Libertas quae sera tamem (Liberdade ainda que tardia), mas não se propõe a abolir a escravidão. O momento escolhido para a eclosão da revolta é o da cobrança da derrama, imposto adotado por Portugal no período de declínio da mineração do ouro. A Coroa fixa um teto mínimo de 100 arrobas para o valor do quinto. Se ele não é atingido, os mineradores ficam em dívida com o fisco. Na época, essa dívida coletiva chega a 500 arrobas de ouro, ou 7.500 quilos. Na derrama, a população das minas é obrigada a entregar seus bens para integralizar o valor da dívida.
O movimento é denunciado pelos portugueses Joaquim Silvério dos Reis, Brito Malheiros e Correia Pamplona, em 5 de março de 1789. Devedores de grandes somas ao tesouro real, eles entregam os parceiros em troca do perdão de suas dívidas. Em 10 de maio de 1789 Tiradentes é preso. Instaura-se a devassa – processo para estabelecer a culpa dos conspiradores –, que dura três anos. Em 18 de abril de 1792 são lavradas as sentenças: 11 são condenados à forca, os demais à prisão perpétua em degredo na África e ao açoite em praça pública. As sentenças dos sacerdotes envolvidos na conspiração permanecem secretas. Cláudio Manoel da Costa morre em sua cela. Tiradentes tem execução pública: enforcado no Rio de Janeiro em 21 de abril de 1792, seu corpo é levado para Vila Rica, onde é esquartejado e os pedaços expostos em vias públicas. Os demais conspiradores são degredados.
Colônia Conjuração Baiana (Bahia) 1798
De caráter social e popular, a Conjuração Baiana, ou Revolta dos Alfaiates, como também é conhecida, explode em Salvador em 1798. Inspira-se nas idéias da Revolução Francesa e da Inconfidência Mineira, divulgadas na cidade pelos integrantes da loja maçônica Cavaleiros da Luz, todos membros da elite local – Bento de Aragão, professor, Cipriano Barata, médico e jornalista, o padre Agostinho Gomes e o tenente Aguilar Pantoja. O movimento é radical e dirigido por pessoas do povo, como os alfaiates João de Deus e Manoel dos Santos Lira, os soldados Lucas Dantas e Luís Gonzaga das Virgens. Propõe a independência, a igualdade racial, o fim da escravidão e o livre comércio entre os povos.
República baiense – A conjuração baiana tem a participação de escravos, negros libertos e pequenos artesãos da capital baiana. Seu manifesto, afixado nas ruas em 12 de agosto de 1798, conclama o povo a um levante em defesa da República Baiense: "Está para chegar o tempo feliz da nossa liberdade; o tempo em que seremos irmãos; o tempo em que seremos iguais". O movimento é delatado e reprimido: 49 pessoas são presas, inclusive três mulheres. Seis integrantes da facção mais popular são condenados à morte e outros ao exílio. Os Cavaleiros da Luz são absolvidos.
Colônia Insurreição pernambucana (Pernambuco) 1817
A última tentativa de independência do Brasil que falhou foi em 1817, é a chamada de Insurreição Pernambucana. A cidade de Recife, que antes era rica e próspera, viveu uma crise econômica pois o ouro, o açúcar, entre outros, estavam em baixa, com isso os fazendeiros, comerciantes, cidadãos de classe média, resumindo, a parte importante da população de Recife, ficaram bravos com os altos impostos, inflação, os comerciantes estrangeiros, que eram considerados exploradores pelos seus privilégios etc. além disso, pelo porto da cidade, não entravam apenas produtos, mais também idéias liberais.
Ao contrário das outras duas, esta conseguiu instalar um governo republicano, durante dois meses e doze dias. Os membros desta revolução originada em Recife, eram padres, artesãos, soldados, proprietários rurais e até senhores de engenhos. A tentativa de reação do Governo falhou e os republicanos obrigaram a abdicar o poder. Um governo provisório foi instalado no dia 7 de março. Logo forças reais militares ordenadas por D. João VI vinda da Bahia e Rio de Janeiro fizeram um cerco sobre o porto e a cidade de Recife esmagando as tropas revolucionárias.
Império Motim Militar (Rio de Janeiro) 1831
Já em 1831 militares do Rio de Janeiro revoltam-se contra o atraso no pagamento dos soldos. O momento mais violento do conflito ocorre nas fortalezas de Santa Cruz e Villegaignon, sob o comando do major Miguel de Farias e Vasconcelos.
O movimento é rapidamente sufocado. No ano seguinte, eclode nova revolta militar apoiada pelos restauradores. Comandada pelo barão Von Bülow, um aventureiro alemão, também é prontamente reprimida.
Império Setembrada (Maranhão) 1831 Novembrada (Pernambuco) 1832
Em 12 de setembro de 1831 eclode no Maranhão a Setembrada, revolta nacionalista que exige a expulsão dos portugueses e dos padres franciscanos. No ano seguinte, um novo conflito é sufocado por uma força naval. Em 15 de novembro de 1831, estoura em Pernambuco a Novembrada, apoiada por republicanos federalistas e liberais radicais. Os revoltosos querem o desarmamento de todos os portugueses e a expulsão daqueles que são solteiros. É dominada por tropas legalistas. Em 1832, duas revoltas nacionalistas sacodem a Bahia. Na primeira, os rebeldes ocupam a vila de Cachoeira por uma semana. A segunda é uma rebelião da guarnição do forte do Mar, em Salvador. Dura quatro dias.
Império Abrilada Pernambuco e Alagoas (1832)
Em 14 de abril de 1832 começa nova insurreição nos sertões de Pernambuco e Alagoas, a Abrilada, que exige a restauração de dom Pedro I. Os rebeldes usam táticas de guerrilha e, apoiados por escravos fugidos, camponeses e por índios da região resistem aos contingentes enviados pelo governo. A luta prossegue mesmo depois da morte de dom Pedro I.
É controlada apenas em 1835, com a mediação do bispo João da Purificação Marques Perdigão. Em 1833, levanta-se a guarnição de Ouro Preto, em Minas Gerais, também exigindo a volta de dom Pedro I. O movimento espalha-se por Mariana e Caeté. É dominado pelos legalistas, que ocupam Ouro Preto em 23 de maio de 1833.
Império Cabanagem (Pará) 1835-1840
Dela participou uma multidão de pessoas muito pobres, submetidas à exploração dos poderosos da região. Eram negros, índios e mestiços que trabalhavam na exploração de produtos de floresta e moravam em cabanas à beira dos rios. Por isso, eram chamados de cabanos e a rebelião ficou conhecida como Cabanagem.
Os cabanos queriam sair da situação de miséria em que viviam. Para isso, tinham que lutar contra os responsáveis pela exploração social e pelas injustiças.
Em janeiro de 1835, tropas de cabanos conquistaram a cidade de Belém (capital da província) e mataram várias autoridades do governo, entre elas o presidente da província.
Os cabanos tomaram o poder, mas tiveram grande dificuldade em governar. Por quê? Faltava-lhe organização, havia muita briga entre os líderes do movimento e a rebelião foi traída várias vezes. Tudo isso facilitou a repressão violenta comandada pelas tropas enviadas pelo governo do império. A liquidação completa dos cabanos só ocorreu em 1840, depois de muito sangue derramado. Calcula-se que foram mortos mais de 30 mil cabanos. Os que sobreviveram às perseguições foram presos e escravizados.
Império Revolução Farroupilha (Rio Grande do Sul) 1835-1845
Os problemas econômicos dos classes dominantes estão entre as principais causas da Revolução Farroupilha.
O Rio Grande do Sul tinha uma economia baseada na criação de gado e vivia, sobretudo, da produção do charque (carne seca). O charque era vendido nas diversas províncias brasileiras (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e na região nordeste), pois era muito utilizado na alimentação dos escravos.
Os produtores gaúchos, donos de imensas estâncias (fazendas de gado), reclamavam duramente do governo do império contra a concorrência que sofria do Uruguai e da Argentina, países que também produziam e vendiam charque para as províncias brasileiras. Como as impostos de importação eram baixos, os produtos importados pelo Uruguai e da Argentina chegaram a custar menos que a carne do Rio Grande do Sul. A concorrência estava arruinando a economia gaúcha.
A revolução Farroupilha só foi contida a partir de 1842, por meio da ação militar de Luís Alves de Lima e Silva, futuro duque de Caxias. Além da ação militar, Caxias procurou entrar em acordo com os líderes farroupilhas.
No dia 1º. De março de 1845, já durante o Segundo Reinado, celebrou-se o acordo de paz entre as tropas imperiais (comandadas por Caxias) e as forças farroupilhas. O acordo de paz assegurava vantagens básicas exigidas pelos poderosos fazendeiros gaúchos. O direito de propriedade era garantido. Os revoltosos não seriam punidos e receberiam a anistia (perdão) do império. Além disso, os soldados e oficiais do exército farroupilha seriam incorporados ao exército imperial, ocupando postos militares equivalentes. Os escravos fugitivos que lutavam ao lado dos farroupilhas teriam o direito á liberdade. Esta medida,entretanto, beneficiou pouco mais que uma centena de negros(a maioria tinha morrido durante as lutas
Império Sabinada (Bahia) 1837-1838
Em 1837, estourou na Bahia uma rebelião liderada pelo médico Francisco Sabino Álvares da Rocha Vieira, por isso conhecida como Sabinada.
Com o apoio de parte de parte do exército baiano, os sabinos conseguiram tomar o poder de Salvador (7 de Novembro de 1837), fundando a 2ª República Baiense. Mas o movimento não empolgou a população. E as tropas imperiais, ajudadas pelos fazendeiros, não tardaram a combater a rebelião com fúria e violência.
Inúmeras casas de Salvador foram incendiadas. Muitos revoltosos foram queimados vivos. Mais de mil pessoas morreram na luta. Em março de 1838, a rebelião estava totalmente esmagada. Apesar da violenta repressão, os principais líderes do movimento não foram mortos. O médico Francisco Sabino, por exemplo, foi preso e degradado para o Mato Grosso.
Império Balaiada (1838-1841) Maranhão
Nessa época, a economia agrária do Maranhão atravessava grande crise. Sua principal riqueza, o algodão, vinha perdendo preço e compradores no exterior, devido à forte concorrência internacional do algodão produzido nos Estados Unidos (mais barato e de melhor qualidade que o produto brasileiro).
Quem mais sofria as conseqüências dos problemas econômicos do Maranhão era a população pobre. Ou seja, multidão formada por vaqueiros, sertanejos e escravos
Cansada de tanto sofrimento, essa multidão queria lutar, de algum modo, contra as injustiças. Lutar contra a miséria, a fome, a escravidão e os maus-tratos. Havia também muita insatisfação política entre a classe média maranhense da cidade, que formava o grupo dos bem-te-vis. Foram os bem-te-vis que iniciaram a revolta contra os grandes fazendeiros conservadores do Maranhão e contaram com a participação explosiva dos sertanejos pobres.
A Balaiada não tinha uma organização consistente, nem um projeto político definido. Não tinha um movimento único e harmônico. Foi um conjunto de lutas dos sertanejos marcadas pelo desejo de vingança social contra os poderosos da região.
Apesar de desorganizados, os rebeldes balaios conseguira conquistar a cidade de Caxias, uma das mais importantes do Maranhão. Mas não havia clareza de objetivos entre os líderes populares ao assumir o governo. O poder foi então entregue aos bem-te-vis, que já estavam preocupados em conter a rebelião dos sertanejos.
Para combater a revolta dos balaios, o governo enviou tropas comandadas pelo coronel Luís Alves de Lima e Silva. Nessa altura do acontecimento, a classe média do Maranhão (os bem-te-vis) já havia abandonado os sertanejos e apoiava as tropas governamentais. O combate aos balaios foi duro e violento. A perseguição só terminou em 1841, quando tinham morrido cerca de 12 mil sertanejos e escravo
Império (2º reinado) Revolução liberal (São Paulo) 1842
Em São Paulo, a oposição à legislação conservadora do governo central evolui para uma rebelião armada. A revolução liberal, como fica conhecida, eclode na capital em 17 de maio de 1842. É liderada por Rafael Tobias de Aguiar, aclamado presidente da Província. Os rebeldes conseguem o apoio do padre Diogo Feijó e da população de algumas vilas, entre elas Itapetininga, Itu, Porto Feliz e Capivari. Tentam avançar sobre a capital e são derrotados pelo Exército, sob o comando de Luís Alves de Lima e Silva, o barão de Caxias. Padre Feijó é preso em Sorocaba, em 21 de junho, mas Tobias de Aguiar consegue escapar. Os liberais mineiros também rebelam-se.
No final de julho, Caxias chega a Minas e vence os liberais num violento combate travado em Santa Luzia, dia 20 de agosto. Os principais chefes são presos e, em março de 1844, anistiados pelo imperador.
Império (2º reinado) Rebelião Praieira (Pernambuco, Olinda) 1844
Os moderados do Partido Liberal retornam ao poder em 1844, mas mantêm as leis centralistas que antes combatiam. A ala radical do partido rebela-se. O maior foco oposicionista concentra-se em Pernambuco, onde o governo provincial está nas mãos de Antônio Chichorro da Gama, um liberal radical ligado ao Grupo da Praia – chamado assim porque se reúne em torno do jornal O Diário Novo, instalado na rua da Praia. Os praieiros também se voltam contra parcelas dos grandes proprietários rurais e comerciantes portugueses.
Manifesto ao Mundo – Em 1848, a Rebelião Praieira é deflagrada sob o comando do capitão de artilharia Pedro Ivo Veloso da Silveira. Começa em Olinda e espalha-se rapidamente por toda a Zona da Mata pernambucana. Em janeiro de 1849, os praieiros lançam o Manifesto ao Mundo, síntese de seu programa revolucionário: voto livre e universal, plena liberdade de imprensa, trabalho como garantia de vida para o cidadão brasileiro, efetiva independência dos poderes constituídos e a extinção do poder moderador. Conseguem a adesão da população urbana pobre, de pequenos arrendatários, boiadeiros, mascates e negros libertos. Chegam a congregar cerca de 2 mil combatentes.
A luta prolonga-se por mais de um ano. São derrotados em março de 1852.
Extinção do liberalismo radical – Para os historiadores, com a derrota da Rebelião Praieira desaparecem os últimos resquícios do liberalismo radical e democrático surgido durante o processo de independência. Seu fim facilita a política de conciliação entre liberais e conservadores, característica do segundo reinado.
Império (2º reinado) Quebra-quilos (Paraíba) 1862
O Brasil adere oficialmente ao Sistema Métrico em 1862, mas, em todo o país, permanecem em uso os sistemas tradicionais de medidas. Em 1874 a tentativa de adotar os padrões do sistema métrico provoca uma revolta popular violenta na Paraíba, conhecida como Quebra-Quilos.
Para as autoridades da época, o movimento é insuflado pelo clero, em briga com o governo. A rebelião é contida, vários revoltosos são presos, inclusive padres.
Império (2º reinado) Revolta do Vintém (Rio de Janeiro) 1880
Em 1880, a população pobre do Rio de Janeiro se rebela contra o aumento das passagens dos bondes, ainda puxados por burros e trens. A chamada Revolta do Vintém explode dia 1o de janeiro. A polícia tenta contê-la e os manifestantes respondem quebrando bondes, arrancando trilhos e virando os veículos.
A revolta só pára com a intervenção do Exército, que abre fogo contra a multidão e mata várias pessoas.
1ª República Revolta da Armada (Rio de Janeiro) 1893
A cúpula da Marinha rebela-se em 6 de setembro de 1893 e exige a deposição de Floriano Peixoto. A revolta é liderada pelo contra-almirante Custódio José de Melo e tem o apoio do almirante monarquista Luís Felipe Saldanha da Gama. Em 9 de fevereiro de 1894 as tropas rebeldes desembarcam em Niterói e tentam cercar a Capital.
São derrotadas pelas forças legalistas. Saldanha da Gama e mais 525 revoltosos buscam asilo nos navios portugueses Mindelo e Afonso de Albuquerque, atracados na baía de Guanabara. O incidente provoca o rompimento das relações diplomáticas entre Brasil e Portugal, reatadas apenas em 16 de março de 1895, já no governo de Prudente de Morais.
República Revolução Federalista (Rio Grande do Sul) 1893
Em 15 de dezembro de 1893, durante o governo de Floriano Peixoto, eclode uma guerra civil no Rio Grande do Sul. É provocada pelo autoritarismo e excesso de centralização do presidente do Estado, Júlio de Castilhos, um republicano histórico que tem o apoio de Floriano e governa com mão-de-ferro.
Maragatos e pica-paus – Os aliados de Castilhos são chamados de "pica-paus" ou "chimangos", herdeiros políticos dos liberais moderados, como o senador Pinheiro Machado que, desde o Império, comanda a política no Rio Grande do Sul. A oposição, os maragatos, é formada pelos federalistas adeptos do sistema parlamentar. São liderados por Gaspar da Silveira Martins, um ex-monarquista, por Gumercindo Saraiva e pelo general João Nunes da Silva Tavares. Os revoltosos têm o apoio da Marinha, rebelada contra Floriano e o movimento tem nítido caráter antigovernista.
Os enfrentamentos armados duram dois anos. Em 10 de julho de 1895, no governo de Prudente de Morais, é feito um acordo de paz: o governo central garante o poder a Júlio de Castilhos e o Congresso anistia os participantes do movimento revolucionário.
República Canudos (sertão do Norte da Bahia) últimas décadas do séc. XIX
Depois de passar anos pregando pelo interior, o beato reúne um grupo de seguidores e, em 1893, funda o arraial. Enquanto constrói a cidade e organiza o sistema de produção, baseado no trabalho coletivo, Conselheiro continua sua missão, na qual mistura a doutrina cristã à religiosidade popular. Proclama o início de uma nova era e convoca os fiéis a defender a monarquia. Endurece suas críticas à república e à Igreja Católica, recusa o pagamento de impostos e rejeita o casamento civil. Canudos começa a ser visto não só como "arraial de fanáticos", mas também como perigoso reduto de rebeldes monarquistas e desordeiros que precisa ser eliminado.
As duas primeiras expedições enviadas pelo governo baiano ao arraial, entre 1896 e 1897, fracassam completamente. De março a outubro de 1897, outras duas campanhas enviadas pelo governo federal e organizadas pelo Exército, a última com 6 mil homens e artilharia pesada, conseguem finalmente tomar e destruir Canudos. Junto com Conselheiro morrem milhares de combatentes, restando aproximadamente 400 prisioneiros, entre velhos, mulheres e crianças.
República Conflito de Juazeiro (Ceará) 1911
Padre Cícero Romão Batista , líder religioso venerado por milhares de camponeses do sertão do Cariri, é o pivô desse conflito. Aliado dos coronéis cearenses, é eleito prefeito de Juazeiro em 1911. Organiza, então, o Pacto dos Coronéis: 17 chefes políticos da região fazem uma aliança para garantir a permanência da família Acioli no poder estadual. O presidente da República, Hermes da Fonseca, reage e nomeia o coronel Franco Rabelo para dirigir o Estado. A Assembléia Legislativa cearense não aceita a indicação e elege Floro Bartolomeu, mentor político do padre Cícero, para o governo. Os dois armam os sertanejos para garantir a decisão dos deputados.
Hermes da Fonseca indica o general Setembrino de Carvalho como interventor do Ceará e força a renúncia do padre. Excomungado pela Igreja no final dos anos 20, padre Cícero permanece como eminência parda da política cearense por mais de uma década e até hoje é considerado um santo pelos sertanejos.
República Guerra do Contestado (Fronteira do Paraná com Santa Catarina)
Nessa região era muito grande o número de sertanejos sem – terras e famintos que viviam sob a dura exploração dos fazendeiros e de duas empresas norte-americana que atuavam ali.
Do mesmo modo como em Canudos, os sertanejos do Contestado foram violentamente perseguidos pelos coronéis-fazendeiros e pelos donos das empresas estrangeiras, com todo o apoio das tropas do governo. O objetivo era destruir a organização comunitária dos sertanejos e expulsá-los das terras que opunham.
Em Novembro de 1912, o monge José Maria foi morto em combate. Seus seguidores, entretanto, criaram novos núcleos da “Monarquia Celeste” que foram, todos, combatidos e destruídos pelas tropas do Exército brasileiro.
Os últimos núcleos foram arrasados por tropas de 7 mil homens armados de canhão, metralhadoras e até alguns aviões de bombardeio.
República Revolta da Vacina (1902-1906) Rio de Janeiro
O governo decidiu modernizar a cidade e tomar medidas drásticas para combater as epidemias.
Os cortiços e casebres dos bairros centrais foram demolidos. A população pobre que morava nesses locais foi desalojada e expulsa do centro. E passou a morar em barracos do morro ou em bairros distantes, na periferia. Então, o prefeito Pereira Passos iniciou as obras de modernização da cidade. Alargou ruas, construiu a avenida central, abriu um novo porto, ampliou a rede de água e esgoto.
Para combater as epidemias, o governo contou com a ação energética do médico sanitarista Osvaldo Crus, diretor da Saúde Pública. Um verdadeiro exército de funcionários da Saúde começou a sair pelas ruas e pelas casas destruindo os focos de ratos e de mosquitos.
Então, diversos setores da sociedade reagiram à vacina obrigatória. Considerava a media um absurdo de direito. Uns diziam que era falta de vergonha obrigar as mulheres a se vacinar, pois pensavam que a vacina só era aplicada nas partes “intimas” do corpo.
Passeatas e comícios em praças. Pedras contra a política e os funcionários da Saúde. Carroças e bondes tombados e incendiados. Lojas saqueadas. Foi uma confusão geral pelas ruas durante os dias 12 e 15 de novembro de 1904.
Os políticos e militares da oposição quiseram aproveitar a revolta popular contra a vacina para derrubar Rodrigues Alves da presidência da República. Mas não conseguiram. O governo dominou a revolta usando tropas do corpo de bombeiros e da cavalaria. Centenas de participantes dos conflitos e tumultos foram presos e deportados para o Acre.
República Revolta da Chibata 1910
Primeiramente, os revoltosos tomaram o comando do navio encouraçado Minas Gerais. Na luta, mataram o comandante do navio e mais três oficiais que resistiram. Depois, outros marujos assumiram o controle dos navios São Paulo, Bahia e Deodoro. Para espanto dos oficiais comandantes, os marinheiros mostraram que sabiam manobrar os navios com perícia e habilidade. Em seguida, apontaram os canhões de bombardeio para a cidade de Rio de Janeiro. E enviaram um comunicado ao presidente da República, explicando as razões da revolta e fazendo suas exigências. Queriam mudanças no código de disciplina da Marinha, que punia as faltas graves dos marinheiros com 25 chibatadas.
Os marinheiros não agüentavam mais aquela punição terrível e humilhante. Tropa reunida. Som de tambores. E lá vinha mais um marinheiro, sem camisas e de mãos amarradas, levar dezenas de chicotadas nas costas.
Além dos castigos físicos, os marinheiros reclamavam também da má alimentação que recebiam e dos miseráveis soldos (salários).
Sob a mira dos canhões, o governo respondeu que ia atender todas as exigências dos marujos. Rapidamente, a câmara dos Deputados aprovou os projetos que acabavam com as chibatadas e anistia (perdoava) os revoltosos.
Os marinheiros acreditavam no governo. Fizeram festa e entregaram o navio aos novos comandantes. O governo, entretanto, não cumpriu suas promessas. Esquecendo a anistia, decretou a expulsão de vários marinheiros e a prisão de alguns líderes. No dia 9 de dezembro, explodiu outra rebelião dos marujos. Mas desta vez o governo estava preparado para reagir violentamente. Dezenas de marinheiros foram mortos, centenas presos e mandados para a Amazônia. Mais de mil foram expulsos da Marinha. João Cândido foi preso e jogado numa masmorra da ilha das Cobras. Saiu da prisão meio louco, de tanto sofrimento e tortura. Foi julgado e absolvido em 1912. Os médicos diziam que ele não estava louco. Passou para a história como o “Almirante Negro”, que acabou com a chibata na Marinha do Brasil
Um comentário:
padrão em professor!!!!
valew aew......
abração
Postar um comentário