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HISTÓRIA DA IGREJA

HISTÓRIA DA IGREJAHistória – evento – acontecimento no tempo e no espaço – resultado da ação humana através dos tempos;
Resultado – absoluto e objetivo, pois o conhecimento pleno somente Deus o tem.}Historiador – limitado por fazer parte da História, que é seu objeto de estudo.
História – ciência distinta com processo de pesquisa próprio, o historiador tem o papel de testar a autenticidade das informações.


História da Igreja - relato interpretado da origem, progresso e impacto do cristianismo sobre a sociedade humana.
O Espírito Santo é o elemento sobrenatural da História da Igreja. A História da Igreja é produzida por meio dos seguintes elementos:
Elemento Científico – usa-se técnicas científicas, arqueologia, vestígios do passado, documentos e testemunhas oculares.
“O papel de Deus na História inviabiliza a ideia de História como ciência exata.”


Elemento Filosófico – As filosofias da história podem ser divididas em três categorias:
1.Pessimistas – interpretação materialista da realidade, os pessimistas são obcecados pelo
fracasso do homem, para eles a civilização tem um ciclo de vida que inicia no nascimento,
adolescência, maturidade, decadência e morte.
Nossa civilização (ocidental) está em decadência e consequentemente o cristianismo
morrerá com ela.


2. Otimistas – A história é vista como um gráfico Ascendente, aceitam a evolução biológica e social e vêem o tempo como linear. Marx – A realidade das instituições são determinadas pelos processos econômicos de produção. – Estes pensadores sempre enfatizava o poder do homem para redimir-se de sim mesmo ao mundo.
3. Otimistas/Pessimistas – concordam com o fracasso do homem não regenerado; porém à luz
da revelação e da graça divina, são otimistas em relação ao futuro do homem.


-Os otimistas/pessimistas abordam a história como teístas bíblicos e procuram encontrar a
glória de Deus no processo histórico.
Elemento artístico – o historiado tem que se empenhar para ser o mais artístico possível na
apresentação dos fatos, não se deve mostrar a história como uma atividade monótona.

o valor da História da Igreja...... como síntese – correlação entre os dados Factuais do passado concernente ao evangelho, e a proclamação, aplicação futura do mesmo. A história mostrando o Espírito de Deus em ação, dando ao homem uma melhor compreensão teórica do evangelho.
... como auxílio para compreensão do presente – se conhece o presente quando temos uma
melhor compreensão do passado. Conhecimento da origem das igrejas e ter umamelhor interpretação dos problemas atuais das
Igrejas.

... como guia (1Cor 10:6-11) – Para reparar os males existente, evitar erros, equívocos. O presente é certamente produto do passado e semente do futuro.
... como força motivadora – oferece entusiasmo, inspiração para o conhecimento maior, como estímulo para uma vida espiritual elevada

... como ferramenta prática – serve como ilustração em pregações e estudos a teoria
... como força libertadora – o estudo da igreja nos leva sentir o verdadeiro Corpo de Cristo, através dos séculos, completando a história que o homem faz de si com o enfoque da fé em um Deus vivo e único.


Organização da História da Igreja A organização da Igreja se dá pelos seguintes tópicos:
Político – envolve as relações Igreja/Estado.
Propagação da fé – estuda as circunstâncias da propagação da fé cristã e como consequencia a
perseguição.
Administração da Igreja – o governo interno da igreja, a divisão dos cargos eclesiásticos, a
disciplina, as formas de adoração e doutrinas.
Polêmica – luta da igreja para combater as diversas heresias que surgem com o tempo e
como desafio.
Práxis – trabalho prático da vida do cristão, estudo da educação cristã, liturgia, arte, pregação, etc.


DIVISÕES DA HISTÓRIA DA IGREJA
Igreja antiga – 5 a/C a 590 d/C – evolução da igreja católica imperial e o início do sistema católico romano.
Ambiente geral de atuação – civilização greco-romana (clássica);
Ambiente político de atuação do Império Romano;


1. O avanço do cristianismo até o ano 100:
-Nascimento da Igreja;
-Nascimento, morte e ressurreição de Cristo;
-O crescimento do cristianismo dentro do e a ruptura no Concílio de Jerusalém;

-O papel fundamental dos apóstolos no período;


2. A luta da antiga igreja católica imperial para sobreviver (100-313)
-Período marcado pela perseguição do Estado Romano contra a Igreja e o aparecimento das heresias.


3. Supremacia da antiga Igreja Católica Imperial
-Período de reconciliação com o Estado Romano – Imperador Constantino;
-União com o Estado – Imperador Teodósio
-Igreja dominada pelo Estado – longo tempo de controvérsias doutrinárias.

-Surgimento do monasticismo – reação crescente mundanização da igreja.
-Igreja católica imperial se torna a igreja católica romana.


4. Igreja Medieval (590-1517)
-Luta para cristianização dos povos bárbaros.
-União com o reino Franco, ameaça do Islamismo.
-Cisma da Igreja – surgimento da Igreja grega ortodoxa (governo de Justiniano), criação de João Damasco.


5. Supremacia do Papado
-Liderança dos papas – Gregório VII, Inocêncio III – supremacia sobre o Estado.
-Cruzadas – prestígio à Igreja (Papa Urbano II)
-Filosofia grega de Aristóteles foi integrada ao cristianismo por São Tomás de Aquino (Tomismo).


6. O Renascimento Moderno (1305 – 1517)
-Igreja corrupta, reformadores tentando melhorar a imagem da mesma.(Jonh Huss e Jonh Wycliff)Expansão marítima – formação dos Estados Nacionais, consolidação burguesa, classe média, forças externas derrubam a Igreja.


7. Igreja Moderna
-Reforma e Contra Reforma – luteranismo (Alemanha), anglicanismo (Inglaterra), Calvinismo (Suíça).
-Contra reforma – Concílio de Trento e Inquisição.


8. Racionalismo, Reavivamento e Dominacionalismo (1648-1789)
-Ideias reformadoras chegam a América – puritanos.


9. Tempos de reavivamento – Missões e
modernismo (1789-1914)
Catolicismo X Protestantismo – Amplo movimento missionário


10. Igreja e sociedade em tensão desde 1914
enfrentamento de problemas-neoprotestantismo


UM POUCO DA HISTÓRIA DOS HEBREUS Era dos Patriarcas –Abraão, Moisés e Josué;
Era dos Juízes – Gideão, Sansão, etc
Era dos Reis – Saul (início), Davi (guerras de conquistas), Salomão – auge, esplendor e
decadência
Morte de Salomão – divisão do reino:
Norte – Jeroboão – 10 tribos – Israel Sul – Roboão – 10 tribos – 2 tribos - Cisma hebraico
Século VIII a.C – Sargão II dos Assírios conquista o reino de Israel
Século VI a. C – Nabucodonosor, imperador da Mesopotâmia toma Jerusalém – Cativeiro da
Babilônia


-539 a.C. – Ciro da Pérsia conquista a Babilônia, -Hebreus são libertados e voltam para a Palestina.
-Palestina sofre várias invasões – Gregos, Macedônios e Romanos e os Hebreus são novamente submetidos a perseguições – início a mais uma migração dos judeus.
- 70 d C – Tito destrói Jerusalém – judeus abandonam novamente a Palestina.
- II Guerra Mundial – movimento de perseguição dos
judeus – Hitler – Holocausto.
- Movimento Sionista – movimento dos judeus de volta a Palestina, século XX – 1948 – criação do Estado de Israel (ONU).

O NASCIMENTO DA IGREJA
-Jesus – foi a revelação de Deus à humanidade em prol de sua redenção.
-Os evangelhos de Mateus, Lucas e Marcos não deixam dúvidas quanto a isso - Lc 2:2, 1:5 / Mt 2:1 / Mc 1:9
-João afirma que o nascimento/morte/ressurreição de Jesus não é um fato transitório (João 1:14) – o verbo que estava no princípio.
O AVANÇO DO CRISTIANISMO ATÉ O ANO 100
-Jesus veio na PLENITUDE DOS TEMPOS –Gálatas 4:4 - preparação histórica para vinda de Cristo.
-Marcos 1:15 – a vinda de Cristo aconteceu quando tudo já estava preparado


-CONTRIBUIÇÃO DE DIVERSOS POVOS PARA A PLENITUDE DOS TEMPOS:
-ROMANOS
- Sociedade universal – senso de unidade (Império);
-Homem mais solidário (cristianismo prega sob a unidade da raça humana, todos estão sob a pena do pecado – Unidade)
-Unidade política – aplicação de uma lei única.
Obs: “A lei romana com sua ênfase na dignidade do Indivíduo e no direito deste à justiça e à
Cidadania romana, além de sua tendência a agrupar homens de raça diferentes numa só organização Política, antecipou um evangelho que proclamava a unidade da espécie, ao anunciar a pena do pecado e o Salvador do Pecado”.


-Movimentação livre em torno do mundo Mediterrâneo (comércio).
-Unificação do mundo romano – facilitação da propagação do evangelho.
-Exército romano como objeto de missões – um soldado convertido poderia espalhar as boas novas
para vários lugares onde fosse lutar pelo Império, soldado como um missionário em potencial.
-Criação e melhoria no sistema de estradas facilitando o transporte na Europa Ocidental.
-Conquistas romanas deixam os povos conquistados no chamado “vácuo espiritual”, pois esses povos perdem a fé em seus deuses.



-O vácuo espiritual causado pelas conquistas romanas vão criar uma demanda para as chamadas
religiões de mistério, que vão rivalizar com o cristianismo para o preenchimento desse vácuo.
-Entre essas religiões destacam-se: a adoração à Cibele (mãe terra), a adoração dessa deusa da
fertilidade tinha como ritos a chave da morte, ressurreição, elementos que atraíam o povo.
-Culto a Ísis - deusa do Egito morte e ressurreição.
-Mitraísmo – grandes refeições sacrificiais.
-Quando as pessoas descobriram que o sangue derramados nessas religiões nada podiam fazer, se viam inclinadas ao cristianismo.

-Gregos - contribuições intelectuais
-Enquanto Roma criou o ambiente político para o cristianismo, Atenas vai se tornar o ambiente intelectual propício à propagação do Evangelho, contribuições que podemos citar:
-Língua universal – era necessário uma língua universal para que pudéssemos ter um impacto universal - o grego era a língua universal do mundo medieval.
-Foi através da língua grega que os cristãos conseguiam se comunicar com os povos do mundo antigo, usando- a inclusive para escrever o seu Novo Testamento – a Septuaginta


-Filosofia grega – preparou o caminho para a vinda do cristianismo destruindo as antigas religiões.
-A disciplina intelectual dos gregos tornou inteligível, em termos racionais, a sua religião politeísta. Mas a filosofia conseguia satisfazer as necessidades espirituais do homem, que procurava conforto nas religiões de mistério.
-Surgem filosofias de pensamentos egoístas e individualistas, que apenas aspiravam por Deus tais como o Epicurismo e o Estoicismo.
-Epicurismo – de Epicuro – a felicidade era encontrada na busca pelo prazer.
-Estoicismo – A vida era governada por um logus e deveríamos aceitar com serenidade o bem e o mal.


-Essas filosofia não poderiam jamais revelar um Deus pessoal de amor levando-as ao fracasso.
-Somente o cristianismo era capaz de preencher o vazio na vida espiritual então.
-As filosofias gregas chamavam atenção para uma realidade que transcendia o mundo temporal e visível em que a sociedade vivia.
-Tanto Platão como Sócrates ensinaram, cinco séculos antes de Cristo, que este presente mundo temporal dos sentidos é apenas uma sombra do mundo real em que os ideais supremos são abstrações intelectuais com o Bem, a Beleza e a Verdade. Insistiam que a realidade não era temporal e material, Mas espiritual e eterna.


-O povo grego também contribuiu no campo da religião para preparar o mundo a aceitar a nova religião cristã quando ela surgisse, pois esse povo se voltou totalmente para a filosofia, que com o tempo perdeu o vigor. O cristianismo colocou a disposição dos gregos um relacionamento pessoal co Deus saciando os corações famintos.
-Desse modo o sistema grego e romano de filosofia e religião contribuíram para a vinda do cristianismo ao destruírem as velhas religiões politeístas e demonstrarem a incapacidade da razão para alcançar Deus.


-Contribuições religiosas dos Judeus:
-O Judaísmo pode ser considerado o caule onde haveria de brotar a rosa do cristianismo.
-A salvação viria, pois “dos judeus”, com Cristo diria a mulher do poço (Jo 4.22). Dessa pequenina nação cativa, situada na encruzilhada da Ásia, África e Europa. O judaísmo forneceu a hereditariedade do cristianismo e, ao mesmo tempo, deu abrigo à religião que havia acabado de nascer.
-Características herdadas:
-Monoteísmo, Esperança Messiânica, Sistema Ético, Antigo Testamento, Filosofia da História e a Sinagoga.


Este resumo foi retirado da seguinte BIBLIOGRAFIA - Cairns, Earle Edwin, O Cristianismo Através dos Séculos, Uma História da Igreja Cristã, Editora Vida Nova



PRIMEIRA GUERRA / REVOLUÇÃO RUSSA / CRISE DE 1929 / NAZIFACISMO



A 1ª GUERRA MUNDIAL
 O CONFLITO QUE TRANSFORMOU O MUNDO

A disputa por novos mercados e fontes de matérias-primas provocou confronto entre potências imperialistas. Esgotadas as alternativas diplomáticas as nações industrializadas se envolveram num conflito, entre que ceifou a vida de milhões de pessoas e desencadeou uma crise social, política e econômica que atingiu todo o mundo. Depois da primeira guerra, como ficou conhecido o conflito, a Europa perdeu a preponderância mundial.

 AS RAZÕES DA GUERRA

Já mencionamos que a industrialização alemã começou mais tarde que nos outros países europeus. Assim, quando este país resolveu entrar na partilha imperialista do mundo, o mercado mundial já estava repartido. As colônias mais ricas da Ásia e da África pertenciam à Inglaterra e à França, e uma nova divisão do mundo colonial não se daria facilmente. A Alemanha não estava satisfeita.
O rápido desenvolvimento da indústria alemã, por outro lado, quebrou o equilíbrio de forças entre a França e a Inglaterra, pois essa nova potência ameaçava os mercados da indústria inglesa e francesa.

 OS PREPARATIVOS [ARA A GUERRA

Uma vez constituídos estes dois sistemas de alianças, o clima de tensão aumentou em toda a Europa. Em diversas regiões estouraram conflitos, que terminaram por fazer aumentar a agressividade da Tríplice Aliança e a resistência dos países da Tríplice Entente em tudo o que se referia à nova partilha das colônias prq qualquer lugar do mundo.
Por volta de 1910, o cenário da guerra estava montado. As atenções de toda a Europa se voltavam apara a região dos Balcãs, disputada pelas potências dos dois acordos e agitada por levantes nacionalistas.

O ESTOPIM DA GUERRA

Em 28 de junho de 1914, o herdeiro do trono da Austria-Hungria foi assassinado em Sarajevo, capital da Bósnia, por dois nacionalistas sérvios que lutavam contra o poder dos Habsburgos. A Áustria-Hungria, que pretendia, há muito tempo, anexar a Sérvia, entrou em acordo com o governo alemão, que utilizou esse pretexto para iniciar o conflito. Em 19 de julho de 1914 a Áustria-Hungria declarou guerra à Sérvia. Em 29 de julho a Inglaterra anunciou que interviria, no caso de uma invasão na França ou na Bélgica.
  
DAS GUERRAS EUROPÉIAS À GUERRA MUNDIAL

A guerra na Europa se desenvolvia em três frentes de batalha: a frente ocidental, onde os alemães combatiam os franceses, ingleses e belgas; a frente oriental, onde os alemães combatiam os russos; e a frente dos Balcãs, de importância secundária, onde os austríacos lutavam contra os sérvios.
Aproveitando-se do enfraquecimento da presença européia na Ásia, o Japão procurou anexar as colônias alemãs no Pacífico e consolidar sua influência no Extremo Oriente.
A Turquia também entrou na guerra para conquistar algumas ilhas no mediterrâneo. Em outubro de 1914, declarou guerra à Rússia e estendeu os campos de batalha para todo o Oriente Próximo.
No final deste primeiro ano, a guerra alcançou também a África, onde ingleses e franceses ambicionavam algumas colônia alemãs.

A GUERRA

Num primeiro momento, a guerra fez-se de movimentos rápidos, com a Alemanha deslocando seus exércitos para a Bélgica na tentativa de invadir a França.
Mas as tropas russas, marchando sobre a Prússia Oriental, fizeram com que a Alemanha tivesse que deslocar parte das unidades combatentes para esta região. Sem esforços para continuar a invasão da França, as tropas alemãs tiveram que recuar, detendo-se na região do rio Oise. Neste segundo momento, a guerra passou a ser uma guerra de posições, ou seja, de trincheiras, em que cada exército tentava vencer o adversário pelo desgaste progressivo das forças em luta. 

POR QUE OS ESTADOS UNIDOS ENTRARAM NA GUERRA

Durante os primeiros anos da guerra os Estados Unidos mantiveram-se aparentemente neutros. Na verdade, o apoio norte-americano se traduza, desde o início, no fornecimento de armas, munição e, principalmente, em créditos para financiar as operações bélicas dos países aliados.
O prolongamento da guerra preocupava o capital norte-americano. A possibilidade de vitória da Alemanha, ainda que remota, ameaçava os investimentos norte-americanos, os Estados Unidos declararam guerra á Tríplice Aliança, em 6 de abril de 1917.

 POR QUE A RÚSSIA SAIU

A instauração da República Socialista Soviética, cujo programa incluía proposta de paz com a Alemanha, levou este país a entrar em conversações com o governo alemão. Em dezembro de 1917, com a assinatura do tratado de Brest-Litovsky, o recém-formado governo russo saiu da guerra.

 O FIM

Em 1918, a Alemanha fez uma última e desesperada tentativa para romper com o impasse e derrotar seus inimigos da Entente. Inicialmente, concentrou suas forças na frente ocidental e, em março, lançou a última ofensiva de grande alcance nessa frente. Mas seu principal objetivo não foi atingido: derrotar os exércitos anglo-franceses antes da chegada das tropas americanas. Em julho chegaram os reforços americanos, e as últimas ofensivas alemãs fracassaram, enquanto que, nas outras frentes, os aliados da Alemanha também capitulavam.
Nos Balcãs, a Bulgária se rendia às ofensivas dos aliados. Em seguida, a Turquia assinava sua rendição. A derrota austríaca na frente italiana levou ao desmoronamento final da monarquia dos Habsburgos. A velha monarquia multinacional foi dividida em estados nacionais hostis entre si.
Na Alemanha, as revoltas populares se sucediam. O movimento operário se reorganizava e, por toda parte, surgiam sovietes (conselhos operários) que se encarregavam da administração das cidades que haviam escapado ao controle do governo central. Era o fim do II Reich. Em novembro de 1918 o imperador Guilherme II foi obrigado a abdicar, sob pressão da revolução que estourou em Berlim. Foi instaurada a República de Weiraar na Alemanha.
Em 11 de novembro de 1918, a Alemanha terminou por assinar o armistício incondicional com as forças da Entente.

 LEITURA COMPLEMENTAR

O MUNDO DEPOIS DA GUERRA

Depois da primeira guerra, a Europa já não era a mesma. Havia perdido a influência do mundo. Mergulhava rapidamente em uma crise que duraria até as vésperas de outra guerra: a Segunda Guerra Mundial.
A Alemanha teve quase 2 milhões de mortos; a França e a Inglaterra, juntas, mais de 2 milhões. A Rússia, incluindo a fase da guerra civil, perdeu perto de 5 milhões de habitantes. Enfim, a quantidade de mortos deixava qualquer outro conflito anterior parecer uma pequena batalha perto da carnificina provocada pela Primeira Guerra Mundial.
Os prejuízos materiais eram incalculáveis. O comércio estava praticamente a zero. Somente os países que ficaram distantes do palco da guerra, como os Estados Unidos e o Japão, conseguiram tirar proveito do comércio europeu. Também para a América Latina o conflito trouxe alguns benefícios, como veremos mais adiante.
A Primeira Guerra Mundial foi o prenúncio da crise total que se abateu sobre a Europa, ao mesmo tempo que marcou a mudança do centro das decisões para o outro lado do Atlântico. Também acirrou as contradições do capitalismo, a ponto de provocar o aparecimento de uma nova forma de sociedade: a socialista.

 A REVOLUÇÃO SOCIALISTA RUSSA

O começo do século XX trouxe mudanças à velha Rússia czarista. Em 1905 passou por uma revolução, que seria apenas um prenúncio do que ocorreria depois.
A Primeira Guerra Mundial acentuou os conflitos.
Entre o final de 1916 e outubro de 1917 a revolução estava presente praticamente em todo o país. Em fevereiro de 1917 o czar Nicolau II teve que abdicar. A burguesia tentou desesperadamente manter-se no poder, numa seqüência de governos instáveis.
Esta situação caótica deu oportunidade para que o grupo bolchevique tornasse o poder, conduzindo o proletariado russo na instauração do primeiro Estado socialista da história.
O processo de consolidação do socialismo foi penoso. Houve oposições internas e externas a esse regime. E foi somente após um longo período de guerra civil que o socialismo soviético conseguiu se estabilizar.

 A RÚSSIA ANTES DA REVOLUÇÃO

Na Segunda metade do século XIX, a velha Rússia feudal teve que se modernizar: precisou construir grandes vias férreas e surgiram as primeiras indústrias. Assas rápidas transformações acentuaram ainda mais as contradições e a diferenciação social existentes. Surgiram organizações e partidos políticos com o objetivo de transformar a sociedade russa.
O assassinato do czar Alexandre II só fez aumentar a repressão aos que se opunham à autocracia. Seu sucessor, Alexandre III, desencadeou uma onda repressiva: deportações, enforcamentos e a formação da polícia política Okhrana, através da qual controlava toda a vida política e cultural do país.
Nessa época formou-se o Partido Operário Social Democrata Russo, de orientação marxista, liderado por George Plekanov. Perseguidos pela polícia, muitos membros tiveram que fugir para o
exterior. Mas mesmo assim o partido crescia, com adesões de intelectuais e da pequena mas dinâmica classe operária russa. Um dos membros desse partido era o intelectual Vladimir Ilich Ulianov, que, para fugir ã perseguição da polícia, adotara o pseudônimo de Lênin.
Havia constantes discussões, dentro dos partidos políticos, sobre que caminho adotar para as transformações da sociedade russa. Em 1903; o Partido Social Democrata realizou um congresso em
Londres e Bruxelas (era impossível fazê-lo na Rússia), onde levantou duas teses: ou a sociedade socialista se faria através de uma lenta evolução natural, ou seria atingida através da insurreição revolucionária do proletariado.
Esta última tese fora apresentada por Lênin num panfleto intitulado “Que fazer” e ganhou maioria dos adeptos. Esse grupo, liderado por Lênin, recebeu o nome de boIchevique (maioria); o outro grupo intitulou-se menchevique (minoria), e era liderado por Martov, Dan, Tsereteli, além de contar com as simpatias de Leon Bronstein, conhecido como Trotski.

 1905: O ABRANDAMENTO DA AUTOCRACIA

Quando Nicolau II subiu ao trono, a situação da Rússia parecia estável. A expansâo imperialista russa parecia não encontrar obstáculos .Os capitais estrangeiros penetravam no império czarista. No entanto, a expansão czarista foi detida com a guerra russo-japonesa(1904-1905), que abalou as extruturas da velha Rússia.
A derrota diante do Japão revelou a crise do sistema autocrático do czar. Começaram as primeiras manifestações populares em Petr gado(1905).A liderança do movimento passou para os operários, até fevereiro. Aos poucos, a direção da revolução foi tomada pela burguesia e pela classe média, que se agrupavam em torno do Partido Constitucional Democrático conhecido como partido cadete reivindicavam uma constituição e algumas reformas. Não pensavam no fim da monarquia nem, evidentemente, na instauração do socialismo.
No final do ano, a revolução popular recomeçou. Os marinheiros do couraçado potemkin se revoltaram apoderando-se do comando. Em Petrogrado os operários e soldados desmobilizados se organizaram no Soviete, assembléia na qual eram definidas as posições dos trabalhadores russos. Trotski, recém chegado do exílio e inclinado ao bolchevismo, liderou o Soviet de Petrogrado.
Diante das pressões, o czar Nicolau II lançou um manifesto, em outubro de 1905, fazendo algumas concessões e prometendo uma Constituição que estabeleceria a eleição de um parlamento(duma).
As concessões do Czar, aliadas à repressão, enfraqueceram o movimento revolucionário. Entre 1906 e 1912 foram eleitas três dumas. Todas eram conservadoras. A autoridade absoluta do imperador foi restaurada. Algumas reformas foram feitas: a agrária, por exemplo, que fez nascer uma classe média camponesa (kulak) e proletarizou o camponês pobre.
Enquanto isso, a política da corte e da Coroa se corrompia cada vez mais. O czar e a czarina ficaram sob a influência de um monge charlatão, de nome Rasputin. A nobreza russa se deteriorava no começo do século XX.

 A PRIMEIRA GEURRA MUNDIAL E A CRISE


A Rússia fazia parte da Tríplice Entente, participando da guerra do lado dos ingleses e franceses. O prolongamento da guerra causou sérios problemas par o país: a perda de imensos territórios, a morte de metade dos efetivos militares e as paralisação da indústria. Diante da impossibilidade de adquirir produtos industrializados, os camponeses diminuíram a produção agrícola. Os gêneros alimentícios subiam de preço e as greves aumentavam. O sistema econômico emperrava em todos os setores..
Os mencheviques de esquerda, os bolcheviques e os anarquistas eram radicalmente contrários à guerra, que só favorecia os grandes capitalistas dos países imperialistas. Lênin, Trotsky, Martov e outros lideravam essa posição.

 1917: O ANO VERMELHO – FEVEREIRO DE 1917

Em fins de 1916, o exército imperial russo tentou uma última e desesperada ofensiva contra os alemães, que redundou em total fracasso.¿- ¿ ¿ " “ " " ¿ '"-: : 4
As oposições liberais burguesas passaram a criticar o czar, através da duma. Mas o czar aumentava a repressão e recusava qualquer modificação.
A escassez de alimentos multiplicou as greves, principalmente em Petrogrado. Aos poucos, essas greves deixavam de ter um aspecto reivindicatório e passaram a exigir o fim do governo. Os partidos Políticos de esquerda, que se achavam mergulhados na clandestinidade, começaram a ressurgir. Todos exigiam a derrubada da monarquia. Mas a tomada imediata do poder pelos operários só era defendida pelos bolcheviques de Lênin. Trotsky se aproximava do grupo de Lênin.
Em fevereiro de 1917, a situação era incontrolável. Operários do bairro industrial de Viborg marcaram, sem a aprovação de bolcheviques ou mencheviques, manifestação e greve para o dia 23 de fevereiro. Nas frentes de batalha também havia descontentamento. Em 26 de fevereiro, os soldados receberam ordem do dia nos manifestantes operários, provocando a morte de mais de quarenta deles. Mas, na noite desse mesmo dia, os soldados se aliaram aos rebeldes. Soldados e operários retiravam as bandeiras do imperador e substituíram-nas por bandeiras vermelhas.
Os membros da duma temiam o avanço do movimento popular. Este movimento transformou-se, com a participação dos operários, e ressurgiu o soviet de petrogrado. Da direção participaram alguns mencheviques, socialistas revolucionários e bolcheviques em menor número. A presidência coube ao menchevique Cheidze e a vice-presidência a Kerenski.
A duma formou um governo provisório: a presidência coube ao príncipe liberal Lvov; o ministério do exterior ao conservador liberal Mliukov e, para dar um toque revolucionário, Kerenski foi convidado.
Os generais do Czar tentaram conter o avanço da revolução. Mas os soldados só obedeciam às ordens do sovietes. Ao Czar Nicolau II só restou a abdicação. Miguel, seu irmão, foi designado novo imperador, cargo que ocupou por menos de um dia, pois, diante da grande pressão popular, também teve que abdicar. A monarquia terminava na Rússia no dia 27 de fevereiro de 1917.

 O GOVERNO PROVISÓRIO


Havia dois poderes na Rússia, após a revolução de fevereiro: os Sovietes e a duma. A duma, atendendo aos interesses da burguesia, pretendia manter a Rússia na guerra e estabelecer um regime parlamentar, de estilo ocidental burguês. Os Sovietes queriam a saída imediata da guerra e reformas profundas em relação aos operários e camponeses. Mas havia divergências quanto à reforma de fazer essas transformações.  
No começo de abril começaram a chegar os exilados políticos: Lenin e Trotsky chegaram quase ao mesmo tempo. Lênin assumiu a liderança do partido bolchevique e lançou as Teses de Abril, que propunham: transferência de poder aos Sovietes; instauração de uma República Socialista; nacionalização dos bancos; distribuição das terras aos camponeses; saída imediata da guerra.
Os Sovietes, que eram dirigidos pelos mencheviques moderados, não concordaram com as teses de Lênin. Segundo eles, os movimentos populares não estavam apto.i para tomar o poder. Os mencheviques, em minoria, não conseguiram convencer as massas. Nessa altura, Trotsky já era um bolchevique.
A duma pretendia restaurar a ordem e recomeçar a guerra. Em maio de 1917, novo movimento popular ocasionou a demissão de Lvov e Miliukov. Kerenski tomou a direção do governo provisório.
Em junho, nova ofensiva russa contra os alemães resultou em fracasso. Os bolcheviques ganhavam adeptos. No mês de julho houve uma tentativa de golpe, feita pelos bolcheviques. Mas o governo e os mencheviques conseguiram rachaçá-la. Lênin se refugiou na Finlândia e Trotsky foi preso.
A agitação prosseguia. Um general de nome Kornilov, apoiado pelo partido burguês dos cadetes, organizou um golpe de Estado, pretendendo restaurar o antigo regime. Em setembro, seus soldados avançaram sobre Petrogrado. Todos os Sovietes, principalmente os bolcheviques, defenderam a cidade, terminando por receber a adesão dos soldados de Kornilov.

 A REVOLUÇÃO DE OUTUBRO

Kerenski ia rapidamente perdendo a confiança do povo, mas ainda contava com o apoio dos Sovietes mencheviques. Em 9 de setembro, os mencheviques perderam a direção dos Sovietes, que passaram para as mãos dos bolcheviques liderados por Trotsky.
Os bolcheviques, que ganhavam mais e mais adeptos, preparavam o levante para encetar o golpe final. Lênin, da Finlândia, incitava seus companheiros a prepararem para tomar o poder. Trotsky organizava a Guarda Vermelha, composta de operários e soldados dos Sovietes.
Consciente de que aquele era o momento apropriado para a tomada do poder, Lênin voltou clandestinamente a Petrogrado em 7 de outubro. Kerenski organizou sua prisão, Que não foi concretizada, pois nenhum soldado quis cumprir tal ordem. Kerenski e seus partidários estavam isolados.
Através de uma bem organizada estratégia, os bolcheviques tornaram toda a cidade em menos de vinte e quatro horas. Em 25 de outubro, somente o Palácio do Inverno resistia. Mas o cruzador Aurora, nas mãos de marinheiros bolcheviques, bombardeou o palácio. Kerenski fugiu.
Imediatamente reuniu-se o II Congresso dos Sovietes, com maioria bolchevique. Em seguida formou-se um governo sob a liderança dos Sovietes dos operários, soldados e camponeses, assim composto: presidência, Lênin; negócios estrangeiros, Trgtsky; instrução pública, Lunacparsky; nacionalidades, Stálin. O órgão supremo desse governo era o Conselho dos Comissários do Povo. Era o primeiro governo socialista da história, formado por operários, soldados e camponeses.
  
A GUERRA CIVIL

O programa bolchevique começou a ser posto em prática. Delegados liderados por Trotsky foram enviados para entabular negociações com os alemães. A paz foi assinada em Brest-Litovsky.
Outra medida foi a distribuição dos grandes latifúndios aos camponeses. Na verdade, esse decreto só legalizou uma situação de fato: os camponeses já haviam tomado as terras.
Um decreto de grande importância foi o relacionado à autodeterminação das nacionalidades. O império russo era composto de várias nacionalidades: Finlândia, Ucrânia, Geórgia, etc. A partir do decreto, essas nacionalidades seriam respeitadas, embora fizessem parte da federação.
Em julho de 1918 foi estabelecida a Constituição que originou a denominação do novo país: República Federal Socialista e Soviética Russa. Mais tarde formar-se-ia a URSS, União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Essa constituição, provisória, estabelecia a ditadura do proletariado, nos moldes marxistas.
Mas os antigos membros do velho regime organizavam a contra-revolução armada. Desde fina¿ 1917, o sul do país estava se organizando contra o regime bolchevique. Era a formação do Exército branco, liderado pelo czarista Denikini. Os países aliados apoiavam o Exército Branco, que pretendia continuar na guerra.
            De forma geral todos os países apoiavam os conservadores czaristas, temerosos de que o “perigo vermelho” se espalhasse pelo mundo capitalista. O Conselho Superior de Guerra dos países aliados resolveu que cada país enviaria 5 mil homens para sustentar os brancos.
Mas Trotsky organizava o Exército Vermelho. E o Exército Branco, mesmo apoiado por forças estrangeiras, foi derrotado em todas as suas tentativas de invasão. No começo de 1921, a guerra civil estava terminada, e a República Soviética salva.
É preciso lembrar que as organizações operárias da França, Inglaterra e Estados Unidos fizeram grandes manifestações e longas greves em apoio ao governo bolchevique, exigindo que se “tirassem as mãos da Rússia”.

 ORGANIZAÇÃO ECONÔMICA

A economia do novo país praticamente ficara paralisada. Diante desse quadro, Lênin adotou o chamado Comunismo de Guerra, que regulamentava rigidamente a produção e o consumo do país durante a Guerra Civil. Toda a produção foi confiscada. As fábricas eram geridas por um diretor, assistido por um conselho operário. No campo, o estado estabeleceu o confisco dos cereais. Quando a Guerra Civil deixou de ameaçar o Estado Socialista, nova política econômica foi adotada.
Em 1921 instituiu-se um grupo para estudar a planificação econômica, o Gosplan. Enquanto o Gosplan fazia seus estudos, Lênin elaborou a nova política econômica, conhecida como N.P.E. Lênin achava que era preciso recorrer à iniciativa privada para reconstruir a economia e incentivar o renascimento da indústria, ao mesmo tempo que se forneceriam os gêneros alimentícios necessários às cidades.
Pela NEP os camponeses poderiam vender livremente seus produtos no mercado. Incentivou o pequeno artesão e o pequeno empresário. Abriu o país aos investimentos estrangeiros, mas sobre rigoroso controle. A economia começou a se reanimar com o crescimento da produção agrícola e a pequena produção industrial.
No fim de 1923, a NEP dava sinais de decadência. Essa política proporcionou o aparecimento de aproveitadores e de médios proprietários (kulak), interessados no aumento de preços. Por isso pensava-se em retomar o ritmo da socialização. Em 1924 Lênin morreu, e a luta pelo poder se intensificou.

 LUTA PELO PODER

Essa luta começou entre o Secretário do Partido, Stálin, e Trotsky, Comissário da Defesa e um dos mais destacados líderes e teóricos do Partido.
As. disputas teóricas entre os dois podem ser resumidas da seguinte maneira: para Trotsky, o socialismo na Rússia s6 sobreviveria se a revolução socialista se estendesse a outros países; por isso, ele defendia a tese da “revolução permanente”. Para Stálin, o socialismo deveria se consolidar primeiramente na Rússia, para depois se estender a outros países: era a tese do “socialismo num só país”.
Stálin temia o embasamento teórico de Trotsky e iniciou um trabalho para desacreditá-lo diante, das bases do partido. Em 1925, Stálin conseguiu destituir Trotsky do cargo de Comissário da Defesa. Este passou a fazer violentas oposição ao Secretário Geral. Stálin, utilizando-se de sua força e da política secreta (G. P. U.), venceu seus adversários. Dois partidários de Trotsky foram condenados à morte. Trotsky foi expulso da União Soviética, exilando-se no México, onde foi assassinado, em 1940, por um agente de Stálin. A partir de 1929, Stálin estabeleceu uma ditadura pessoal na União Soviética, contrariando o conceito leninista de socialismo.

 O CRESCIMENTO DA RÚSSIA SOVIÉTICA

O Gosplan propôs planos qüinqüenais para o desenvolvimento da economia russa. O objetivo era duplicar a produção geral do país. Na verdade, os planos eram destinados, principalmente, à indústria de base, carente Do país.
No meio do terceiro Plano Oüingiienal, por volta de 1940, a Rússia já era a terceira potência mundial e a segunda na Europa (abaixo dos estados Unidos e Alemanha). A produção de aço aumentara 450% e a eletrificação 800%.
A agricultura também se modernizava através da socialização. Foram criados dois tipos de exploração agrária: os sovetskolz, fazendas de propriedade do Estado, e os kolkolz, fazendas de propriedade cooperativa, administradas pelos camponeses.
A Rússia se modernizou rapidamente em todos os setores. Mas, com o rearmamento da Alemanha nazista e a Segunda Guerra, os esforços se concentraram na indústria bélica, consumindo a riqueza do país.

LEITURA COMPLEMENTAR

O SIGNIFICADO DA REVOLUÇÃO RUSSA

A Revolução Russa, ocorrida em 1917, deixou o mundo abalado. Pela primeira vez tentava-se estabelecer um tipo de governo onde os trabalhadores teriam participação. Os líderes do novo Estado tinham plena convicção de que estava nascendo a sociedade socialista, onde as diferenças entre as classes sociais deveriam desaparecer. Era o nascimento de um novo modo de produção, que substituiria o capitalismo.
Esse novo sistema se definia pela propriedade coletiva dos bens de produção. O representante da coletividade seria o Estado, que, por isso, era proprietário das fábricas, das terras, da máquinas etc. aos indivíduos ficava a propriedade dos bens de consumo, isto é, as roupas, os objetos de utilidade doméstica. Este sistema era contrário ao capitalismo, caracterizado pela propriedade privada.
E, enquanto o socialismo da jovem União Soviética lutava para sobreviver, inaugurando uma nova era na história, o mundo capitalista começava a mergulhar na maior crise que se tinha notícia desde seu nascimento.
  
A CRISE DE 1929
  
ESTADOS UNIDOS: PROSPERIDADE, DEPRESSÃO E RECUPERAÇÃO


Os Estados Unidos foram os que mais se beneficiaram com a Primeira Guerra Mundial. Como os americanos só começaram a participar das ações bélicas a partir do verão de 1918, tiveram poucos mortos e feridos, se compararmos aos outros participantes. Além disso, os ganhos, durante a guerra e imediatamente após, foram muito grandes.
Quase toda a indenização paga pela Alemanha aos aliados(França e Inglaterra) foi transferida para os Estados Unidos, como pagamento de juros dos empréstimos e das dívidas das compras feitas durante a guerra.
Esse dinheiro fez com que a indústria e a agricultura dos Estados Unidos conhecessem altos índices de crescimento. Foi uma época de prosperidade material, que fez com que esse país se tornasse exemplo e modelo de sociedade, em oposição ao socialismo da Rússia Soviética.
  
O FIM DA EUFORIA

Entretanto, todo esse crescimento era frágil. No sistema capitalista - voltado para o lucro - há uma tendência aparentemente contraditória: a redução da taxa de lucro. O capitalista, dono da indústria, tende a aplicar na aquisição de novas máquinas, mas o progresso técnico gera a dispensa da mão-de-obra. Aliado a isso, o aumento real dos salários diminui em decorrência da aplicação em maquinário. Ora, a queda do valor real dos salários diminui o poder de compra da população. Sem esse poder de compra, o lucro do capitalista diminui.
Assim, em meados da década de 20 a situação da economia norte-americana era a seguinte: a produção, cada vez mais automatizada, crescia violentamente, enquanto o consumo desses produtos não acompanhava o mesmo ritmo. Entretanto, a euforia parecia ter chegado a grande maioria dos americanos, que se recusava a enxergar tal fenômeno.

 A CRISE

Em 1928, Herbert Hoover foi eleito para a presidência da República, e seu discurso de posse foi bastante otimista. Enquanto isso, as mercadorias ficavam estocadas nas prateleiras das lojas. As altas taxas protecionistas adotadas pelos EUA originaram uma reação igual nos países para os quais exportavam seus produtos.

Apesar desse quadro anunciador de crise, a euforia da aparente riqueza continuava. A compra e a venda de ações das grandes empresas canalizavam a poupança de quase todos os cidadãos, do operário ao médio empresário. 
Em outubro de 1929, as ações começaram a baixar de preço. Foi o princípio do fim. Todos começaram a vendê-las e grande parte dos investidores ficou completamente arruinada.
Pequenas e médias empresas fechavam suas portas. Os bancos faliam. Só as grandes empresas sobreviviam, despedindo operários, reduzindo as horas de trabalho e cortando os salários. Em 1933 havia 15 milhões de pessoas desempregadas.
No campo a crise teve efeitos imediatos e de extrema gravidade. Não havia quem comprasse os estoques de trigo e outros cereais. Os consumidores passavam fome, pois não tinham dinheiro para comprar. Sem dinheiro para pagar o que deviam aos bancos, os pequenos grangeiros perdiam suas propriedades.
Essa situação só tendeu a piorar até o final do governo republicano de Hoover. Diante de tal quadro, nas eleições presidenciais de 1932 os republicanos foram derrotados e foi eleito o democrata Franklin Delano Roosevelt, que anunciava reformas profundas em toda a sociedade americana.

 O “NEW DEAL”

Com o New Deal (Nova Distribuição como foi chamado o programa do novo presidente, o Estado passou a interferir na economia. As medidas de Roosevelt chegaram, em alguns momentos, a ter vaga semelhança com o socialismo, o que lhe valeu críticas de deputados e senadores mais conservadores.
Cercando-se de técnicos e especialistas em economia, Roosevelt iniciou um programa de urgência: emitiu mais papel-moeda para dinamizar a economia; a exportação de ouro foi proibida; promulgou leis para aliviar a dívida dos mais drásticas:
< o Agriculture Adjustment Act instituiu um pagamento aos pequenos agricultores para que não plantassem mais, forçando a subida dos preços;

< o National Industrial Recovery Act (Nira) limitou a produção industrial e estabeleceu salários mínimos para os trabalhadores, incentivando o consumo;

< a mão-de-obra ociosa foi absorvida no trabalho em grandes obras públicas: estradas, barragens, hidrelétricas etc.;

< o National Labour Relations Act regulamentava as relações entre empregados e patrões, dando garantias aos trabalhadores para sua organização e direito a greves.
Essas leis de certa forma favoreceram os operários, mas arrefeceram uma certa tendência revolucionária mais radical. O New Deal de Roosevelt se mostrou bastante eficiente, mas ainda insuficiente para acabar com a crise. O clima de guerra que se armava na Europa, entretanto, fez com que os Estados Unidos iniciassem a política de rearmamento, fato que ajudou a resolver a situação de crise no país.
A crise econômica norte-americana favoreceu a concentração de capitais. Foi um período marcado pela total ruína dos pequenos e médios empresários e pelo extremo enriquecimento dos grandes.

LEITURA COMPLEMENTAR

O ÚNICO PAÍS QUE ESCAPOU DA CRISE DE 1929

Enquanto todos os países do mundo mergulhavam na mais negra das crises, A União Soviética vivia espetaculares taxas de crescimento econômico. O país se industrializava numa velocidade incrível, e em 1932 o desemprego era zero. Um motivo disso foi o isolamento da URSS. Boicotada pelos países capitalistas ela sofria menos influências da flutuações mundiais.
Para os comunistas, o sucesso soviético era a prova da superioridade da planificação socialista sobre o mercado capitalista. Afinal, Karl Marx, em O Capital, havia previsto que o capitalismo iria se consumir em crises de superprodução.
  
AS DITADURAS
O FASCISMO E O NAZISMO: ARMAS CONTRA O SOCIALISMO.      

Após a Primeira Guerra Mundial, a Revolução Social parecia incontrolável. Camponeses se apoderavam de terras, operários tornavam fábricas e usinas. A instauração do fascismo na Itália e do Nazismo na Alemanha atendeu às necessidades da burguesia, que precisava conter as agitações operárias a fim de levar avante o processo de concentração do capital.

A ITÁLIA FASCISTA

 Apesar das dificuldades da expansão imperialista italiana, a concentração do capital se processava, com o aparecimento de grandes empresas como a Fiat e a Ilva. E a concentração do capital era acompanhada por um aumento das tensões sociais, fato que incentivou os trabalhadores a formarem um partido socialista.
A participação da Itália na Primeira Guerra ao lado da Entente satisfazia os grandes trustes do capitalismo monopolista, como a Fiat, a Ilva e as usinas Ansaldo, pois seus produtos tiveram cliente certo: o próprio Estado. Por outro lado, o Partido Socialista, em sua linha pacifista, e os setores liberais, ligados à indústria leve, criticavam a participação italiana no conflito.
Entretanto, dentro do próprio Partido Socialista havia discordâncias: Benito Mussolini, redator-chefe do jornal socialista Avanti, após o início das operações bélicas, declarou-se favorável à guerra. Isto lhe custou a expulsão do partido. A partir daí, Mussolini tomou posições de extrema direita e lançou as bases do movimento fascista.
Após a guerra, a Itália atravessou uma profunda crise econômica e social. A inflação e o desemprego cresciam, e a influência da Revolução Socialista Russa estimulava os movimentos operários, que caminhavam para a radicalização.
As péssimas colheitas aumentavam o preço do trigo e tornavam a Itália dependente dos Estados Unidos no fornecimento do cereal. Os ex-combatentes que voltavam das frentes, ansiosos por reingressar na vida civil, não encontravam trabalho, marginalizando-se.
  
AS LUTAS POLÍTICAS E OS FASCISTAS NO PODER

A pequena e média burguesia saíram profundamente descontentes com os resultado da guerra. Não se concretizaram as anexações dos territórios no Norte, aos quais a Itália se julgava com direito de recompensa pela participação na Primeira Guerra ao lado dos vencedores.
Enquanto isso, os movimentos populares aumentavam:
< o Partido Socialista quadruplicou o número de militantes;
< nasceu o Partido Popular, de orientação católica e ligado aos camponeses;
< a C.G.T. (Confederação Geral do Trabalho) exigia medidas cada vez mais radicais, inspiradas na Revolução Socialista Russa.
Em 1921, alguns socialistas dissidentes, como Gramsci, Bordiga e outros, fundaram o Partido Comunista Italiano.
A burguesia italiana temia o “perigo vermelho”. Então organizou grupos armados de desocupados, ex-combatentes e marginais, que impediam a concentrações socialistas e os movimentos grevistas. Em março de 1919 surgiu o Fascio de Combatimento, fundado por Benito Mussolini; os militantes desse movimento eram conhecidos como fascistas. Se a grande burguesia via com entusiasmo esse movimento, a pequena burguesia acreditava que era o único caminho para recuperar a honra perdida do nacionalismo italiano.
Em maio de 1921, depois de uma campanha violenta, os fascistas conseguiram eleger 35 deputados, entre eles Mussolini. Em novembro de 1921, Mussolini e outros elementos da cúpula fascista fundaram o Partido Nacional Fascista.
O Partido Fascista, financiado e apoiado pelos grandes industriais e latifundiários, lançou um ultimato ao governo liberal: ou o governo controlava as manifestações das esquerdas, ou os fascistas se encarregariam de restabelecer a ordem.
As esquerdas, divididas, nada fizeram contra o avanço das forças fascistas.
Em 27 de outubro de 1922, hordas de “camisas negras” fascistas chegaram à capital: era a chamada marcha sobre Roma. O rei, Vítor Emanuel III, pressionado pela grande burguesia e pelos militares do alto escalão, demitiu o primeiro-ministro e convidou Mussolini para formar um novo ministério.
O novo governo formado por Benito Mussolini era composto de maioria fascista. Uma de suas primeiras medidas foi pedir plenos poderes ao Parlamento. A ditadura estava a caminho. Depois de uma violenta campanha, os fascistas venceram as eleições de abril de 1924. Em maio, um deputado do Partido Socialista denunciou a fraude dos fascistas nas eleições. Esse deputado foi seqiiestrado e morto por um grupo de fascistas ligados a Mussolini.
Uma crise política se iniciou. Todos os partidos exigiam providências imediatas. Mas nada foi feito. Ao contrário, no dia 3 de janeiro de 1925, Mussolini pronunciou um famoso discurso na Câmara, no qual assumia inteira “responsabilidade política, moral e histórica de tudo quanto aconteceu”. E oficializou a ditadura.

AS CARACTERÍSTICAS DO ESTADO FASCISTA

A partir do discurso de Mussolini, iniciou-se a instauração de uma série de leis de exceção. A Câmara dos deputados e o Senado eram exclusividade dos deputados fascistas. O parlamento só podia discutir as questões que o chefe de governo (Mussolini) aprovasse. Assim, o parlamento ficou reduzido a um simples órgão referendativo.
Os deputados de oposição foram presos e alguns foram mortos nas prisões pela polícia de Mussolini. O partido comunista passou para a clandestinidade, e seu líder, Antonio Gramsci, morreu devido aos maus-tratos recebidos na prisão. Os jornais que se opunham ao regime foram tomados pelos fascistas.
Para legitimar seu poder ditatorial e ser simpático às massas, Mussolini fazia discursos teatrais. Chamava o fascismo de realização proletária, pretendendo ganhar o apoio das massas trabalhadoras. Mas era à pequena e média burguesia que seus discursos agradavam. Divulgava-se o mito do grande desenvolvimento da Itália.
No nível da organização do Estado, instaurou-se o Estado corporativista, cujo objetivo era controlar a classe operária para facilitar a acumulação do capital nas mãos dos grandes monopólios. Tentou-se reorganizar a sociedade criando corporações de operários e de patrões. O conflito entre estas corporações seria intermediado pelo estado. O conceito de luta de classes foi banido. O corporativismo tomou sua forma acabadas na Carta dei Lavoro (Carta do Trabalho ). O estado fascista interferia constantemente na economia em benefício dos grandes monopólios.
A aproximação entre a Itália e a Alemanha se consolidou com a participaçãodos dois países na Guerra Civil espanhola, ao lado das forças do general Franco. Em 1937, a Itália entrou no Pacto Anti-Comintern (Aliança contra a União Soviética) com a Alemanha. Pouco antes da guerra assinou o Acordo de Aço com Hitler. A Itália entrou na Segunda Guerra Mundial arrastada pela Alemanha e sem condições militares para isso. 

ALEMANHA: DA REPÚBLICA DE WEIMAR À DITADURA NAZISTA

O processo de industrialização na Alemanha foi bastante rápido. A concentração do capital e a formação de trustes e cartéis se aceleraram depois da unificação. No entanto, a derrota da Alemanha na Primeira Guerra desarticulou a produção, provocando um longo período de agitação social e instabilidade política. Para os grandes monopólios a instabilidade tinha de ser restaurada a qualquer custo. Este foi o drama da chamada República de Weimar.

 A PRIMEIRA GUERRA, A REPÚBLICA E A CRISE.

Os últimos meses do ano de 1918 deixaram claro que a Alemanha era um país derrotado. A entrada dos Estados Unidos na guerra, com os enormes recursos de que dispunham, determinou a vitória dos aliados (franceses e ingleses). Até o final de setembro a Alemanha já havia perdido quase 2 milhões de soldados. Um sinal importante de que o fim estava próximo foi a revolta dos marinheiros da base naval de Kiel, em outubro de 1918. Eles repetiram a ação dos soldados russos de um ano antes, quando estourou a Revolução Socialista Russa.
Na Baviera, um grupo socialista tomou o poder local e proclamou a república, embora tenha sido derrotado em seguida. O regime monárquico não poderia suportar mais. No dia 9 de novembro o “Kaiser”, Guilherme II, abdicou. A monarquia, sem monarca, durou mais algumas horas. Em Berlim os trabalhadores praticamente tornaram a cidade. O grupo espartaquista, que representava a esquerda do Partido Social Democrata, preparava a revolução socialista no molde russo. Os setores mais conservadores do Partido Social Democrata, em acordo com um setor do exército, tornaram a dianteira e proclamaram a República na cidade de Weimar, no mesmo dia da abdicação do Kaiser. No dia 11 foi assinado um armistício com os aliados, cessando todas as hostilidades.
No início de janeiro de 1919, o grupo de esquerda dos espartaquistas se desligou do Partido Social Democrata e fundou o Partido Comunista Alemão.
O setor conservador do Partido Social Democrata preparava, através de soldados e oficiais desmobilizados, chamados freikorps (franco-atiradores), a repressão aos revoltosos da esquerda.
Rosa Luxemburgo e Karl Liebknecht, líderes do Partido Comunista, foram assassinados por oficiais freikorps.
A Constituição da República de Weimar era, aparentemente, bastante democrática. O poder legislativo era ( exercido pelo Parlamento, chamado Reichstag, composto por deputados de diversos partidos, eleitos livremente pelo povo. A presidência da República (exercida até 1925 pelo velho social-democrata conservador Friedcrich Ebert) escolhia o primeiro-ministro, denominado chanceler. No entanto, o artigo 48 da Constituição dava ao chanceler poderes extraordinários, deixando aberto o caminho para uma verdadeira ditadura.
  
OS ANOS TERRÍVEIS

O período entre 1919 e 1923 ficou conhecido como “os anos terríveis”. Foi em meados de 1919 que o governo da República de Weimar assinou o Tratado de Versalhes. Por esse tratado a Alemanha ficou obrigada a pagar pesadas indenizações; teve seu território dividido, o exército reduzido a um efetivo de 100 mil homens e proibida de ter aviação e marinha.
Foi por esta época que se difundiu o mito de que a Alemanha havia sido “apunhalada pelas costas”, isto é, traída. Quem eram os traidores? Segundo os partidos de direita, entre eles o chamado Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, mais conhecido como Partido Nazista, os culpados eram os socialistas, os comunistas e os judeus. Além do mais, eram os responsáveis pelas greves operárias. Essa posição antigrevista garantiu ao Partido Nazista o apoio de poderosos grupos empresariais.
Mas quem militava neste partido? Principalmente desempregados e ex-combatentes, numerosos na Alemanha da época. O partido atraía também pequenos negociantes e empresários temerosos do “perigo vermelho”, isto é, do comunismo. Apoiado nessa massa e usando todos os meios ao seu alcance, inclusive a violência, o Partido Nazista chegou ao poder.
No ano de 1923 a Alemanha já não conseguiu pagar suas dívidas de guerra. A França, em represália, invadiu a industrializada região do Ruhr, agravando a crise alemã e desencadeando uma mega nflação: um dólar chegou a valer 8 bilhões de marcos.
Aproveitando o clima de insatisfação geral, o líder do Partido Nazista, Adolf Hitler, tentou um golpe de Estado. Participaram dessa tentativa antigos combatentes, entre eles o general Ludendorff. O golpe seria dado a partir de Munique, a capital da Baviera, mas foi frustrado pela polícia alemã. Hitler foi preso e, na cadeia, escreveu um conjunto de pensamentos conhecidos como Mein Kampf (Minha Luta).

 1924 A 1929: A EUFORIA ALEMÃ

Entre os anos de 1924 e 1929 a Alemanha parecia ter-se recuperado da crise econômica. Para isso contou com grandes empréstimos dos Estados Unidos, através do chamado Plano Dawes. O ministro das finanças, Hajalmar Schacht implantou uma política recessiva, acabando com a inflação e estabilizando a economia. Apesar de os salários permanecerem baixos, houve uma diminuição das agitações políticas. Os partidos maios moderados aumentaram o número de seus deputados no Parlamento:
< Partido Social-Democrata – mais de 150 deputados;
< Partido Nazista – somente 12 deputados;
< Partido Comunista – pouco mais de 50 deputados;
< Partido do Centro Católico – pouco mais de 62 deputados.
Em fevereiro de 1925, o presidente social-democrata, Ebert, morreu. Numa concorrida eleição foi eleito para presidente da República o marechal Hindemburg. A Alemanha saiu gradualmente do isolamento imposto pelos tratados do fim da Primeira Guerra.
Enquanto a situação política se estabilizava, os nazistas, apesar de isolados, organizavam seu partido numa estrutura militarizada e apoiada numa vasta máquina de propaganda idealizada por Joseph Goebbels. Hitler cercou-se de outros antigos militares como Ernest Roehm, criador das S.A. (tropas de assalto) e Heinrich Himmler, criador das S.S. (tropas de elite).
  
A CRISE E A ASCENSÃO DOS NAZISTAS

Entre 1928 e 1930 o governo estava nas mãos do social-democrata Miller, e a maioria das cadeiras do Parlamento era ocupada por social-democratas e comunistas. Mas a Alemanha sofreu violentamente os reflexos da crise que começara em 1929 em Nova Iorque. As greves começaram. A economia se estagnava novamente.
O governo de Miller caiu, e subiu Brunning, de tendência liberal, que iniciou planos para executar algumas reformas. Os grandes proprietários alemães, indignados, formaram uma aliança com a alta burguesia.
E essas aliança passou a financiar maciçamente o Partido Nazista, para que, com as S.A. e as S.S., impedisse as manifestações operárias.
Das fileiras do Partido Nazista faziam parte a pequena burguesia e a classe média, o operariado mal informado de origem camponesa e a aristocracia operária (trabalhadores especializados com altos salários). O discurso do Partido Nazista era absorvido mais facilmente por essas camadas.
O número de deputados nazistas cresceu significativamente nas eleições de 1930 e 1932. As tropas
S.A. e S.S. sentiram-se encorajadas a perseguir os comunistas. Os nazistas estavam cada vez mais próximos
do poder.
O resultado das eleições de 1932 dão bem a idéia de como o Partido Nazista cresceu, defendendo a
moralidade, a estabilidade e a restauração da Alemanha Grande, imperial:
< Partido Nazista – 230 deputados;
< Partido Social-Democrata – 133 deputados;
< Partido Comunista – 89 deputados;
< Partido do Centro Católico – 97 deputados.
Apesar desse crescimento, os nazistas não obtiveram a maioria absoluta. Isto quer dizer que eles seriam derrotados pela união dos demais partidos importantes. Mas os social-democratas, os comunistas e os católicos se digladiavam entre si, enquanto a direita se unia em torno dos nazistas.
Nesse quadro, os representantes do capital monopolista e dos latifundiários passaram a pressionar o presidente Hindemburg para nomear o chefe do Partido Nazista para o cargo de chanceler.
A 30 de janeiro de 1933, Hindemberg encarregou Hitler de formar o novo governo. De início, Hitler agiu de maneira conciliatória. Mas seu objetivo era uma ditadura sob a liderança de um Fiibrer, isto é, um senhor absoluto de toda a Alemanha.
Um incêndio ocorrido no Rreichstag (Parlamento) em 27 de fevereiro de 1933 foi atribuído aos comunistas. A partir desse momento, os partidos de esquerda começaram a ser perseguidos. Jornais marxistas operários foram fechados. A 28 de fevereiro foi imposto o estado de emergência. Ficaram suspensos os sete artigos da constituição que garantiam as liberdades do indivíduo.